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Doenças Infecciosas
Actuação Preventiva Perante um Caso na Escola
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Todas as doenças (excepto a hepatite A e B) consideradas no quadro seguinte, caracterizam-se por serem mais frequentes em crianças e transmitirem-se por via aérea, através de secreções nasofaríngeas ou de saliva. A varicela tem duas peculiaridades: pode também transmitir-se através do líquido das lesões cutâneas, e não é de declaração obrigatória. Também a meningite, só deve ser notificada se for a meningococo.
Em Portugal, a hepatite A e principalmente a hepatite B são doenças mais frequentes entre os adolescentes e adultos. Enquanto a hepatite A tem transmissão fecal-oral pelo que poderá ser necessário tomar medidas imediatas de isolamento entérico do doente em relação a outras crianças, no caso da hepatite B, atendendo à forma de transmissão hemática ou sexual, nunca será importante isolar o doente em relação às outras crianças, não se devendo tomar medidas precipitadas, apenas geradoras de pânico e intolerâncias injustificadas.
Genericamente, para todas as doenças assinaladas no quadro, devem-se tomar três medidas:
Isolamento profilático do doente (com evicção escolar): deve ser feito durante todo o período de transmissão referido para cada doença (excepto para a hepatite B). O período de evicção deve corresponder ao período decorrido entre o diagnóstico e o final do período de transmissão.
Vigilância dos contactos: considera-se "contacto" todo o indivíduo que contactou intimamente com o doente durante o período de transmissão referido para cada doença. Um contacto só pode manifestar a doença clínica após o período de incubação da mesma. Como este período de incubação varia entre um mínimo e um máximo (referidos no quadro), deve ser feita vigilância clínica aos contactos entre estes dois "tempos". Por exemplo, relativamente a um caso de sarampo, se um contacto foi exposto pela primeira vez no dia 5 de Abril, doença deve manifestar-se clinicamente entre os dias 13(5+8) e 21(5+16) do mesmo mês.
Notificação da doença (excepto a varicela).
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doença |
período de incubação |
período de transmissão |
contactos - actuação* |
8-16 dias |
Desde 4 dias antes até 4 dias após início do exantema |
Vacinação até 72 horas após a exposição |
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14-21 dias |
Desde 7 dias antes até 7 dias após início do exantema |
- |
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14-21 dias |
Desde 6 dias antes até 9 dias após o início da tumefacção |
- |
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10-21 dias |
Desde 2 dias antes até 5 dias após início do exantema |
- |
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1-7 dias |
Até 2 culturas negativas do exsudado nasofaríngeo |
Contactos com vacina actualizada:
Contactos sem vacina actualizada:
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4-21 dias |
Até 5 dias de antibioterapia correcta |
Contactos menos íntimos:
Contactos domésticos e companheiros de carteira:
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1-3 dias |
Até 1 dia (24h) de antibioterapia correcta |
- |
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Meningite/sépsis por: |
2-10 dias |
Até à cura clínica |
Contactos domésticos e companheiros de carteira:
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14-45 dias |
Desde a 2ª metade do período de incubação, até 7 dias após o início da icterícia ou pico das transaminases |
Um único caso de doença:
Vários casos de doença:
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60-180 dias |
Enquanto tiver AgHBs+ ou AgHBc(IgM)+ |
Contactos sem exposição ao sangue (percutânea ou mucosa):
Contactos com exposição ao sangue (percutânea ou mucosa):
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* inclui a vigilância dos contactos, além das medidas preconizadas para cada doença
Modelos de declaração sobre evicção/isolamento profilático:
justificação de faltas por evicção
António Paula Brito de Pina © Portal de Saúde Pública, 1998