A49.2 e G00.0 - Infecção por Haemophilus influenzae
(com ou sem meningite)
Agente infeccioso: Haemophilus influenzae tipos de A a F, com predominância do tipo B
Descrição clínica: dois padrões de
infecção –
doença invasiva e infecção por continuidade:
A
doença invasiva, mais grave mas menos frequente, é acompanhada de bacteriemia e afecta principalmente as crianças com menos de 5
anos: meningite, epiglotite, artrite, osteomilelite, celulite
A infecção por continuidade da nasofaringe:
otite média, sinusite, conjuntivite e broncopneumonia
Frequência notificada em Portugal:
Taxa de incidência da infecção por H. influenzae em 2004 (/105) = 0,04 (exclui meningite por H. influenzae, G00.0)
Taxa de incidência da meningite por H. influenzae em 2004 (/105) = 0,06 (exclui infecção por H. influenzae, A49.2)
Período de incubação: 2-4 dias
Reservatório: homem doente ou portador (cerca de 80% da população é portadora saudável na nasofaringe, e raramente nas mucosas conjuntivas e genitais)
Via de transmissão: aérea (gotículas de expectoração)
Período de transmissão: geralmente a transmissão é interrompida após 48h de antibioterapia eficaz
Controlo do doente ou portador:
Isolamento nas primeiras 48 horas de antibioterapia
Antibioterapia:
ampicilina e cloranfenicol, ou
cefalosporinas de 3ª geração
Controlo dos contactos:
A quimioprofilaxia só é importante quando algum dos
contactos domésticos ou da mesma sala do infantário tem menos de 4 anos, não está
imunizado, e teve contacto com o doente há menos de 4 dias. Nestes casos, dever-se-á
proceder à quimioprofilaxia das crianças (para prevenir a doença) e adultos próximos
(para eliminar o seu eventual estado de portador), com rifampicina em 2 tomas diárias,
por 4 dias, com a seguinte dosagem:
● crianças com menos de 1 mês: 5mg/Kg em cada toma
● outras crianças e adultos: 10mg/Kg em cada toma, até um máximo de
600mg
● consulte a cábula
com a posologia de rifampicina para a
quimioprofilaxia dos contactos de
doentes com meningite
Aproveitar a ocasião para sensibilizar para a vacinação das crianças, embora
esta vacinação não tenha efeito protector imediato
Nota: A taxa de incidência foi calculada segundo
os dados da
Direcção Geral de Saúde
e as
estimativas populacionais do
Instituto Nacional de
Estatística
© António Paula Brito de Pina, 1998
(2005)