Infecção por Haemophilus influenzae
(CID-10:
A49.2 e G00.0)
Introdução clínica e
epidemiológica
O Haemophilus influenzae pode originar dois padrões de infecção distintos: a) doença invasiva, situação grave, acompanhada geralmente de bacteriémia, que se pode apresentar sob a forma de meningite, pneumonia, epiglotite, osteomielite, artrite e/ou celulite, e b) infecção por continuidade da nasofaringe, manifestada como otite média, sinusite, conjuntivite e/ou broncopneumonia. A doença invasiva é mais frequente no grupo etário de 0-5 anos.
O
reservatório do
H. influenzae
(tipos
de a a
f)
é
o homem
(doente
e portador),
e o período de incubação habitual é de
2-4
dias.
A transmissão faz-se por via aérea
(gotículas
de saliva/expectoração),
sendo interrompida
48
horas
após o início de antibioterapia eficaz.
O
controlo dos indivíduos infectados
(doentes
e portadores)
inclui isolamento com precauções respiratórias
(até 48 horas após o início de antibioterapia)
e antibioterapia
(ampicilina
ou cefalosporinas de terceira geração).
A
quimioprofilaxia com rifampicina
(5-10mg/kg/dia,
durante 5 dias)
é importante para o controlo dos contactos não imunizados, domésticos e escolares
(infantários,
creches),
como menos de cinco anos de idade, que tenham contactado com um doente há menos de cinco
dias. Embora a vacinação com o antigénio específico contra o
«H. influenzae tipo
b» não tenha efeito protector imediato, pode
ser recomendada a grupos de risco até aos cinco anos de idade.
Critérios laboratoriais de
diagnóstico
Cultura-isolamento do agente etiológico numa amostra de sangue ou de líquido cefalo-raquidiano (os testes para detecção antigénica não devem ser considerados).
Classificação dos casos
Caso provável:
indivíduo com quadro clínico compatível e com detecção do
H. influenzae tipo
b no líquido cefalo-raquidiano.
Caso confirmado:
caso confirmado laboratorialmente
(isolamento-cultura).
Notas
A infecção
meningocócica com doença invasiva é uma
Doença de
Declaração Obrigatória. Todos os casos prováveis e confirmados devem ser
notificados à autoridade sanitária pelos médicos clínicos e laboratórios de
análises.
A infecção pelo
H.
influenza
tipo
b
pode ser considerada uma doença evitável pela
vacinação. O PVM não inclui a
administração deste antigénio, embora a vacina possa ser recomendada a crianças até
aos cinco anos
(primovacinação:
três doses aos 2, 4 e 6 meses de idade; reforço: uma dose, nove meses após a terceira
dose primovacinal).