Amebíase
(CID-10:
A06)
Introdução clínica e
epidemiológica
A
infecção do cólon pela
Entamoeba histolytica
pode ser assintomática ou originar um quadro diarreico agudo de intensidade variável,
que vai da diarreia ligeira à disenteria fulminante.
Também pode ocorrer infecção extra-intestinal
(p.e.
abcesso hepático)
ou, mais raramente, diarreia crónica.
O
homem é o único reservatório do agente etiológico. O período de incubação habitual
é de
2-4
semanas
(variação:
de alguns dias a vários anos). A transmissão ocorre principalmente através da
via fecal-oral
(sobretudo
pela ingestão de água e alimentos contaminados).
O
controlo dos indivíduos infectados
(doentes
e portadores)
efectua-se com antibioterapia
(metronidazole).
Para o controlo dos contactos em geral salienta-se o reforço das medidas de higiene
individual e o consumo de água potável
(desinfectada/fervida);
para os contactos íntimos deve-se efectuar o exame directo das fezes.
Critérios laboratoriais de
diagnóstico
Amebíase intestinal
Demonstração de cistos ou trofozoitos de
E. histolytica nas fezes, ou
Demonstração de trofozoitos após cultura ou
histopatologia
(biópsia
de tecidos ou úlceras).
Amebíase extra-intestinal:
Demonstração de trofozoitos de
E. histolytica em tecidos extra-intestinais.
Classificação dos casos
Caso confirmado de
amebíase intestinal: quadro clínico compatível, com confirmação laboratorial;
Caso confirmado de
amebíase extraintestinal: parasitologia positiva em tecidos extra-intestinais, ou
demonstração de anticorpos específicos anti
E.
histolytica em indivíduos sintomáticos
(através
de testes fiáveis de imunodiagnóstico).
Notas
A amebíase aguda
(casos
sintomáticos de colite ou disenteria amebiana)
é uma Doença
de Declaração Obrigatória em Macau.
Os casos assintomáticos de infecção intestinal por
E. histolytica
(portadores)
não
devem ser notificados.
Entre
as pessoas assintomáticas, um teste serológico positivo não indica necessariamente a
existência de infecção amebiana extra-intestinal.