B50-54 - Malária
Agente infeccioso: parasitas da malária – Plasmodium falciparum, P. malariae, P. ovale e P. vivax
Descrição clínica:
Muito grave no caso de infecção a P. falciparum (pode evoluir rapidamente para insuficiência renal e hepática, choque, encefalite e morte)
Os outros Plasmodium geralmente não são letais e têm maior tendência para a cronicidade (especialmente o P. malariae): ciclos de febre, calafrios e sudorese
Frequência notificada em Portugal: taxa de incidência mediana em 1992-96 (/105) = 0,68. Taxa de incidência em 2004 (/105) = 0,50 (casos importados)
Período de incubação:
12-14 dias no caso de infecção por P. falciparum, vivax ou ovale
30 dias no caso de infecção por P. malariae
Reservatório: homem doente
Via de transmissão: picada de mosquito anopheles, previamente infectado pelo homem doente. Esporadicamente aparecem casos autóctones de malária na Europa, perto de aeroportos, devido a mosquitos transportados acidentalmente em aviões
Período de transmissão:
O reservatório humano transmite ao mosquito enquanto estiver doente
O mosquito transmite toda a vida após a infecção (geralmente, só após 10 dias da ingestão de sangue contaminado)
Controlo do doente ou portador:
Verificar se se trata de um caso importado ou autóctone
Isolamento relativamente aos mosquitos durante o período de transmissão, eventualmente através da utilização de mosquiteiros e insecticidas
Anti-palúdicos: cloroquina, amodiaquina, primaquina, pirimetamina, mefloquina, halofantrina, quinino, quinidina
Controlo dos contactos:
Em Portugal, apesar da existência do mosquito, a malária foi erradicada em 1958, pelo que os casos têm sido sempre esporádicos e importados, não havendo medidas específicas relativamente aos contactos
Os viajantes para áreas endémicas devem iniciar quimioprofilaxia 1 semana antes da viagem e até 4 semanas após o regresso, em toma única semanal (300mg de cloroquina, para deslocações a América Central, Caraíbas e Médio Oriente, ou 250mg de mefloquina para deslocações a África, Ásia e América do Sul). A OMS fornece informação actualizada na Internet relativamente ao melhor protocolo profilático, de acordo com a região do Globo
Nas áreas endémicas deverão ser tomadas medidas contra os mosquitos, através da utilização de mosquiteiros e insecticidas, e investigação clínica de portadores na vizinhança, que possam constituir fonte de infecção, através de colheita de sangue (método da gota espessa e/ou serologia)
Consulte a informação sobre medicina do viajante, disponibilizada neste portal
Nota: A taxa de incidência foi calculada segundo os dados da Direcção Geral de Saúde e as estimativas populacionais do Instituto Nacional de Estatística
© António Paula Brito de Pina, 1998 (2005)