B55 – Leichemaníase

(Chaga Oriental - Espundia - Calazar)

Agente infeccioso:

Calazar ou leichemaniase visceral:  Leishmania infantum (a mais frequente em Portugal), L. donovani e L. chagasi

Chaga oriental ou leichemaniase cutânea  e  espundia ou leichemaniase mucosa:

No hemisfério oriental: Leishamnia tropica (também no mediterrâneo), L. major e L. aethiopica

No hemisfério ocidental: Leishmania brasiliensis e L. mexicana

Descrição clínica:

Leichemaniase visceral (mais frequente em crianças até aos 4 anos):  febre irregular mas prolongada, hepatoesplenomegalia, anemia e leucopenia

Leichemaniase cutânea: lesões ulcerativas ou nodulares pouco extensas

Leichemaniase muco-cutânea: lesões mais extensas

Frequência notificada em Portugal: taxa de incidência mediana em 1992-96 (/105) = 0,19.  Taxa de incidência em 2004 (/105) = 0,20

Período de incubação: de 6 semanas a 18 meses

Reservatório: canídeos (Mediterrâneo), roedores selvagens (África), marsupiais e humanos; existem reservatórios desconhecidos.  Na Índia, o homem é o único reservatório conhecido

Via de transmissão: picada de flebótomo fêmea (mosca da areia) previamente infectada (por humanos, roedores, canídeos, etc.)

Período de transmissão:

O reservatório animal ou humano infecta a mosca enquanto estiver doente

Desconhece-se o período de transmissão da mosca após a infecção

Controlo do doente ou portador: antimoniais pentavalentes (antimoniato de meglumina, estibogliconato sódico) e, nos casos resistentes, anfotericina B

Controlo dos contactos: investigação e eliminação dos animais doentes

Nota: A taxa de incidência foi calculada segundo os dados da Direcção Geral de Saúde e as estimativas populacionais do Instituto Nacional de Estatística

© António Paula Brito de Pina, 1998 (2005)