A68 – Febre Recorrente

Agente infeccioso:

Forma epidémica: Borrelia recurrentis

Forma endémica: Borrelia hispanica (a mais frequente na Península Ibérica) e outras borrelias

Descrição clínica: ciclos de febre (2-9 dias) intervalados por períodos não febris (2-4 dias), que se podem repetir 1 a 10 vezes. A forma epidémica é mais grave e dura cerca de 13-16 dias, enquanto a forma endémica é menos grave e mais prolongada, tem mais recorrências e é frequentemente acompanhada de meningismo na Península Ibérica

Frequência notificada em Portugal: taxa de incidência mediana em 1992-96 (/105) = 0,00.  Não é DDO (desde 1999)

Período de incubação: 5-15 dias

Reservatório:

Forma epidémica: homem doente

Forma endémica: roedores e carraças (excepcionalmente, em Portugal, o porco doméstico era o principal reservatório; actualmente a doença não tem sido notificada)

Via de transmissão:

Forma epidémica: picada de piolho humano previamente infectado pelo Homem

Forma endémica: picada de carraça

Período de transmissão:

O reservatório humano ou animal transmite ao vector (respectivamente o piolho e a carraça) enquanto estiver doente

O piolho e a carraça transmitem toda a vida (mais de 30 dias para o piolho, e mais de18 meses para a carraça) após a infecção. A carraça transmite a infecção à descendência

Controlo do doente ou portador:

Forma epidémica: isolamento relativo aos piolhos durante o período de transmissão, através da utilização de insecticidas na roupa do corpo e da cama, lavagem da roupa e aplicação de champôs de despiolhamento

Forma endémica: eliminação de carraças do corpo

Antibioterapia: tetraciclinas

Controlo dos contactos:

Eliminação dos piolhos através da utilização de insecticidas na roupa do corpo e da cama, lavagem da roupa e aplicação de champôs de despiolhamento

Quando é inevitável o contacto com ambiente infestado de carraças, deve-se fazer a sua pesquisa e remoção periódica (de 4 em 4h) de carraças do próprio corpo

Eliminação das carraças na habitação e nos animais

Nota: A taxa de incidência foi calculada segundo os dados da Direcção Geral de Saúde e as estimativas populacionais do Instituto Nacional de Estatística

© António Paula Brito de Pina, 1998