Cólera (CID-10: A00)
Introdução clínica e
epidemiológica
Doença caracterizada por diarreia aquosa e vómitos, de intensidade variável.
O
homem e o zoo plancton são os únicos reservatórios conhecidos dos Vibrio colerae.
O período de incubação habitual é de 2-3 dias
(variação:
de 12 horas a 5 dias). A transmissão pode ser directa ou indirecta e
ocorre principalmente através da via fecal-oral
(sobretudo
pela ingestão de água e alimentos contaminados);
o período de transmissão ocorre geralmente até 10 dias após o início da doença, mas
pode ser de meses ou anos.
O
controlo dos indivíduos infectados
(doentes
e portadores)
inclui
a)
hidratração oral ou parentérica,
b)
antibioterapia
(ciprofloxacina/ofloxacina)
e
c)
isolamento
total e desinfecção de fezes e vómitos. Para o controlo dos contactos em geral
salienta-se
a)
o
reforço das medidas de higiene individual
(lavagem
das mãos após a utilização de sanitários, antes da manipulação e confecção de
alimentos, antes das refeições, etc.),
b)
o consumo de água potável
(desinfectada)
e
c)
a instituição de quimioprofilaxia; para os contactos com menos de
5
dias
desde a última exposição suspeita, deve-se efectuar em primeiro lugar o exame directo
das fezes e coprocultura.
Critérios laboratoriais de
diagnóstico
Isolamento de V.
cholerae O1 ou O139 nas fezes ou vómito, ou
Evidência serológica de infecção recente.
Classificação dos casos
Caso suspeito:
quadro clínico compatível
(ainda
sem confirmação laboratorial).
Caso confirmado:
quadro clínico compatível, com confirmação laboratorial.
Notas
A cólera é uma
Doença de Declaração Obrigatória em Macau,
também sujeita ao regime de notificação no âmbito do
Regulamento
Sanitário Internacional. Todos os
casos suspeitos ou confirmados devem ser prontamente notificados à autoridade sanitária
pelos médicos clínicos e laboratórios de análises.
Os laboratórios devem notificar todos os casos de
infecção pelos V. colerae O139
(Bengal)
e O1 clássico e El Tor
(serótipos
Hikojima, Inaba e Ogawa).