A15-19 – Tuberculose
Agente infeccioso: Mycobacterium tuberculosis, africanum, bovis
Descrição clínica:
Geralmente infecção assintomática, por vezes doença crónica com exacerbações e remissões
Clínica depende da localização: geralmente pulmonar
Frequência notificada em Portugal: taxa de incidência mediana em 1992-96 (/105) = 49,6
Taxa de incidência da tuberculose respiratória (A15 e A16) em 2004 (/105) = 28,26
Taxa de incidência da tuberculose do sistema nervoso central (A17) em 2004 (/105) = 0,32
Taxa de incidência da tuberculose miliar - disseminada (A19) em 2004 (/105) = 1,15
Período de incubação:
Na primoinfecção: 6-12 semanas
Na doença clínica: meses a anos
Reservatório: homem bacilífero ou, raramente, a vaca
Via de transmissão: aérea (gotículas de expectoração) ou, raramente, consumo de leite de vaca não fervido ou pasteurizado
Período de transmissão: até o exame cultural da expectoração ser negativo: geralmente até 2 meses após início do tratamento
Controlo do doente ou portador:
Evicção escolar até à negativação dos exames culturais
Antibioterapia, segundo diversos protocolos com a duração mínima de 6 meses: isoniazida, rifampicina, etambutol, pirazinamida, estreptomicina
O maior problema no controlo da doença não é a capacidade técnica de tratar, mas sim a capacidade de organizar serviços que levem a terapêutica ao domicílio do doente que não adere aos longos períodos de tratamento. Neste sentido, a estratégia actual da OMS para o controlo da doença passa pela toma terapêutica observada directamente por um profissional de saúde
Controlo dos contactos:
Solicitar 1 ou 2 Mantoux, em que o último é efectuado 3 meses após a exposição
Quimioprofilaxia, segundo diversos protocolos:
Um protocolo possível: isoniazida isolada durante 3-6 meses (10mg/Kg/dia, até um máximo de 300mg), ou em associação com a rifampicina (10mg/kg, até um máximo de 600mg/dia) e pirazinamida (30 mg/Kg/dia, até 2g/dia) durante 2 meses, aos contactos tuberculino-positivos com menos de 16 anos, e em qualquer idade aos contactos com silicose, imunodepressão, nefropatias, tuberculose antiga não tratada, infecção VIH e diabetes
Consulte também:
– Responsabilidade do médico de saúde pública na vigilância da tuberculose
– Definição dos casos de tuberculose e classificação da tuberculose pulmonar
Nota: A taxa de incidência foi calculada segundo os dados da Direcção Geral de Saúde e as estimativas populacionais do Instituto Nacional de Estatística
© António Paula Brito de Pina, 1998 (2005)