A35 – Tétano

(exclui A33 e A34 – Tétano Neonatal e Obstétrico)

Agente infeccioso: bacilo do tétano – Clostridium tetani

Descrição clínica: ocorrência de um ferimento, por vezes indetectável. Início de contracturas musculares dolorosas em redor do ferimento ou nos masseteres, pescoço e tronco, que se generalizam posteriormente

Frequência notificada em Portugal: taxa de incidência mediana em 1992-96 (/105) = 0,28.  Taxa de incidência em 2004 (/105) = 0,09 (exclui A33 e A34)

Período de incubação: 1-21 dias (por vezes, meses)

Reservatório: solo conspurcado de fezes – o C. tetani é saprófita do intestino (animal e humano)

Via de transmissão: contaminação directa de feridas

Período de transmissão: não se aplica

Controlo do doente ou portador:

Limpeza e desbridamento da ferida contaminada

Imunoglobulina humana antitetânica IM

Penicilina e medidas de suporte: relaxantes musculares e traqueostomia (com eventual suporte mecânico da função respiratória)

Controlo dos contactos: em caso de ferimento, além da limpeza e eventual tratamento cirúrgico:

Ferida pequena e limpa: não são necessários outros cuidados se o indivíduo tiver 3 doses de vacina anti-tetânica, com a última dose administrada há menos de 10 anos.  Se isto não acontecer, deve ser administrada uma dose de reforço da vacina

Feridas grandes e/ou conspurcadas:

em indivíduo com 3 doses de vacina: não são necessários outros cuidados se o indivíduo tiver 3 doses de vacina anti-tetânica, com a última dose administrada há menos de 5 anos.  Se isto não acontecer, deve ser administrada uma dose de reforço da vacina

em indivíduo com menos de 3 doses de vacina: uma dose de vacina e de imunoglobulina anti-tetânica (250U, IM)

Consulte também:

Imunoprofilaxia do tétano

Tétano neonatal

Nota: A taxa de incidência foi calculada segundo os dados da Direcção Geral de Saúde e as estimativas populacionais do Instituto Nacional de Estatística

© António Paula Brito de Pina, 1998 (2005)