A02 – Outras Salmoneloses
Agente infeccioso: Salmonella bongori e Salmonella enterica – S. enterica Enteritidis e S. enterica Typhimurium
Descrição clínica:
Geralmente semelhante a gastroenterite, acompanhada de febre (com coproculturas mais frequentemente positivas que as hemoculturas)
Raramente pode resultar em 3 síndromes distintos:
Semelhante à febre tifóide
Bacterémia (febre prolongada, hemoculturas positivas e coproculturas geramente negativas)
Infecção localizada
Frequência notificada em Portugal: taxa de incidência mediana em 1992-96 (/105) = 1,97. Taxa de incidência em 2004 (/105) = 5,19
Período de incubação: 6-72 horas
Reservatório: homem e animais (galinhas, perús, patos, porcos, vacas, cães, gatos, periquitos e tartarugas de estimação)
Via de transmissão: fecal-oral geralmente indirecta (ex.: alimentos contaminados e não submetidos a cozedura eficaz)
Período de transmissão:
Até 2 coproculturas negativas, colhidas com um intervalo mínimo de 24 horas, e 48 horas após a cessação de antibioterapia)
Geralmente até 5 semanas após início da doença
É muito raro o estado de portador humano permanente
Controlo do doente ou portador:
Na gastroenterite: apenas rehidratação. A antibioterapia é ineficaz e pode prolongar o período de transmissão
A antibioterapia (ampicilina, cefalosporinas da 3ªgeração, quinolonas) é apenas indicada em crianças pequenas, idosos, imunodeprimidos e nos casos de salmonelose sistémica
Excluir os que apresentam sintomatologia, da manipulação dos alimentos e do cuidado íntimo de crianças ou de doentes
Controlo dos contactos:
Reforçar as precauções de higiene (exemplos: lavagem das mãos com água e sabão, após a utilização dos sanitários, antes das refeições, antes da manipulação e confecção dos alimentos, etc.)
Quando não é possível manter as precauções higiénicas ou há dúvidas relativamente aos hábitos higiénicos dos contactos, estes devem ser afastados da manipulação de alimentos e do cuidado de crianças ou doentes, até à obtenção de, pelo menos, 2 coproculturas negativas
Nota: A taxa de incidência foi calculada segundo os dados da Direcção Geral de Saúde e as estimativas populacionais do Instituto Nacional de Estatística
© António Paula Brito de Pina, 1998 (2005)