B17.1 - Hepatite C

Agente infeccioso: vírus da hepatite C

Descrição clínica: geralmente com sintomatologia ainda mais insidiosa que a hepatite B (frequentemente assintomática), mas evolui mais frequentemente para a cronicidade  (70%) embora sem sintomas. Destes 70% de infectados crónicos, cerca de 20% desenvolve cirrose (em média 20 anos depois da infecção) e 1-5% destes, cerca de 10 anos depois, desenvolvem carcinoma hepático

Frequência notificada em Portugal: taxa de incidência mediana em 1993-96 (/105) = 4,28.  Taxa de incidência em 2004 (/105) = 1,45

Período de incubação: 40-70 dias geralmente (15-150 dias)

Reservatório: homem doente ou portador. A existência de anticorpos HCV é indicador de infecção antiga e pode existir em indivíduos já curados e sem contagiosidade (cerca de 30% dos que têm Anticorpos HCV)

Via de transmissão: semelhante à hepatite B, embora raramente seja sexual e vertical (mãe-feto). A via hemática é a mais relevante

Período de transmissão: entre os que têm anticorpos HCV, estão contagiosos apenas os que apresentam RNA viral no soro (detectado por PCR - Polimerase Chain Reaction). Alguns destes, embora não sejam contagiosos no momento em que não apresentam RNA viral, são ainda assim portadores da infecção e poderão ser contagiosos e apresentarem RNA viral noutros momentos, caso se comprove através de biópsia hepática continuarem infectados

Controlo do doente ou portador:

Precauções com o sangue

No caso dos portadores: relações sexuais com preservativo se o portador tem múltiplos parceiros sexuais; se a relação é estável não é aconselhado o uso do preservativo, atendendo à baixa contagiosidade da via sexual em portadores saudáveis

Terapêutica: interferão

Controlo dos contactos: não há profilaxia adequada para contactos com exposição sexual ou percutânea/mucosa ao sangue

Nota: A taxa de incidência foi calculada segundo os dados da Direcção Geral de Saúde e as estimativas populacionais do Instituto Nacional de Estatística

© António Paula Brito de Pina, 1998 (2005)