A01 – Febre Paratifóide

Agente infeccioso: Salmonella enterica Paratyphi (A, B e C)

Descrição clínica:

• Geralmente semelhante à febre tifóide (febre em escada, geralmente sem ou com poucas alterações do trânsito intestinal, seguido de exantema no tronco, hepatoesplenomegalia moderada, bradicardia e leucopenia relativa), embora de início mais súbito e de menor gravidade

• Por vezes semelhante a gastroenterite

Frequência notificada em Portugal: taxa de incidência mediana em 1992-96 (/10⁵) = 3,43.  Taxa de incidência em 2004 (/10⁵) = 0,76 (febres tifóide e paratifóide)

Período de incubação:

• 7-21 dias, quando semelhante à febre tifóide

• 1-10 dias, quando semelhante a gastroenterite

Reservatório: homem doente ou portador.

Via de transmissão: fecal-oral directa ou indirecta (ex.: água ou alimentos), ou seja, semelhante à febre tifóide, embora seja mais rara a transmissão através da água. A urina pode ser contaminante, especialmente em doentes com antecedentes de patologia urinária

Período de transmissão:

• Desde o início da doença até 2 semanas após a cura clínica

• É possível o estado de portador permanente

Controlo do doente ou portador:

• Precauções de isolamento relativamente às fezes e urina

• Excluir da manipulação dos alimentos, e evicção escolar até à apresentação de 3 coproculturas negativas

• Antibioterapia: cloranfenicol, ampicilina ou amoxicilina, cotrimoxazol, cefalosporinas de 3ª geração, ou quinolonas. (exemplo de protocolo possível para o portador crónico: 6g/dia de amoxicilina, durante 6 semanas)

Controlo dos contactos:

• Efectuar 2 coproculturas nos contactos íntimos

• Excluir os contactos da manipulação dos alimentos, até confirmação da negatividade das coproculturas

• Reforçar as medidas de higiene individual (ex.: lavagem das mãos antes das refeições e após a utilização de sanitários, antes da preparação de alimentos, etc.)

• Consumo de água potável (ex.: fervida ou clorada)

Nota: A taxa de incidência foi calculada segundo os dados da Direcção Geral de Saúde e as estimativas populacionais do Instituto Nacional de Estatística

© António Paula Brito de Pina, 1998 (2005)