Gripe Pandémica

Equipamentos de Protecção Individual

Utilização de Máscaras em Unidades de Saúde [1]

Este documento refere-se especificamente à utilização de máscaras pelos prestadores de cuidados nas unidades de saúde (médicos, enfermeiros, auxiliares e outros técnicos), não considerando a sua utilização por doentes, contactos, familiares, etc.

A Organização Mundial de Saúde recomenda a utilização de máscaras médicas (cirúrgicas e de procedimentos) por todos os trabalhadores na área da saúde, sempre que contactem com doentes infectados com o vírus da gripe pandémica — casos suspeitos e confirmados — ou em situações de proximidade com esses doentes (distâncias iguais ou inferiores a 1 metro). A sua utilização também pode ser recomendada sempre que os prestadores de cuidados entrem em salas ou compartimentos onde existam doentes com o diagnóstico de gripe pandémica.

Nos doentes infectados com o vírus da gripe, os técnicos de saúde devem utilizar respiradores de partículas com 95% de eficácia (por exemplo, “máscaras N95”) sempre que executarem procedimentos em que haja produção ou libertação de partículas aerossóis, como nos casos de intubação endotraqueal, sucção/aspiração ou tratamento com nebulizadores.

Quando os doentes infectados se encontrarem em isolamento, os prestadores de cuidados devem retirar a máscara/respirador logo após a saída do quarto ou sala e descartá-la convenientemente. No mesmo compartimento, os prestadores de cuidados podem usar a mesma máscara no atendimento ou tratamento de um ou vários doentes, devendo esta ser retirada e descartada logo após a saída; a entrada em outro quarto ou sala com pessoas infectadas deve implicar a colocação de nova máscara.

Muito importante: independentemente do quarto/sala ter um ou diversos doentes, os prestadores de cuidados devem desinfectar as mãos com uma solução alcoólica, ou lavá-las com água e sabão líquido, imediatamente após cada observação ou tratamento, e antes de uma nova observação ou tratamento. Após retirar com cuidado e descartar convenientemente a máscara/respirador, o prestador de cuidados deve lavar e/ou desinfectar sempre as mãos.

Durante uma pandemia de gripe, os prestadores de cuidados de saúde têm um risco elevado de exposição e infecção com o vírus pandémico. As recomendações anteriores devem ser sempre consideradas e aplicadas, independentemente dos casos serem confirmados laboratorialmente ou de serem clinicamente suspeitos (i.e. sem confirmação laboratorial).

Justificação

As medidas enunciadas alicerçam-se na evidência científica de que a transmissão interpessoal do vírus influenza se processa através de partículas grandes (gotículas >5mm de diâmetro), geradas sobretudo pela tosse e espirro, e que podem ser projectadas num perímetro aproximado de 1 metro. A transmissão do vírus também se pode verificar através do contacto, directo e indirecto, com secreções respiratórias e fómites infectadas.

Como a evidência científica actual não permite excluir assertivamente a transmissão dos vírus influenza através de partículas pequenas de aerossóis (gotículas <5mm de diâmetro), projectadas a distâncias superiores a 1 metro, recomenda-se a utilização de respiradores de partículas com 95% de eficácia (“máscaras N95”) sempre que executarem procedimentos em que haja produção ou libertação de partículas aerossóis, como na intubação endotraqueal, sucção/aspiração ou tratamento com nebulizadores de doentes infectados (suspeitos ou confirmados) com os vírus influenza.

[1] Traduzido e adaptado do original: World Health Organization. Clarification: use of masks by health-care workers in pandemic settings, WHO, November 2005.

(Tradução e adapatação de Fernando Costa Silva)

Portal de Saúde Pública, 2006